14 julho 2014

Campeã do mundo. A nossa campeã


E quem diria que aquele país gelado, de um povo tão frio e um futebol até então burocrático e calculista fosse nos cativar tanto?

As ações sociais na Bahia, a vitoriosa estratégia de marketing com a camisa rubro-negra, a quase naturalização brasileira de Podolski, a simpatia com o povo e, enfim, a nova forma de entender futebol. A Alemanha nos ganhou, e não estou me referindo só ao sinônimo de "vencer".

Não vivi a época, mas já ouvi dizer que o Brasil fez algo bem parecido no México, em 70. Porém, há diferenças, pois a única função dos mexicanos naquele Mundial era ser o país sede e ver a bola rolar. Não dava para imaginar os anfitriões levando aquela Taça.

Aqui, não. Entramos para vencer, assim como os alemães. Não queríamos aplaudir ninguém, e sim gritar "hexa!".

Aí eles, que vieram para ser nossos rivais, sentem-se em Berlim, enfiam 7x1 em nossas almas e mesmo assim voltam pra casa aplaudidos, adorados e nos arrancando sorrisos.

Se faltava alguma coisa para chamarmos essa seleção de "nossa", enfrentar a Argentina fez este favor.

E mesmo depois de vermos a maior tragédia de nossa história em copas, nos demos o direito de comemorar um título gritando "tetra!".

Pois eles com certeza vão aceitar dividir esta alegria conosco. Até dedicam, em parte, a nós.

Se formos realmente arrumar a casa em nosso futebol, já temos um espelho. Ele veste branco, às vezes até vermelho e preto. Nós, intrometidos e encantados, tratamos de borrar um verde e amarelo sobre seu pano.

Pioneira. A única europeia a levar uma Copa nas Américas. A primeira a nos ganhar de 7 e colocar-nos na condição de aprendizes, não professores.

Ninguém mereceu mais. Ninguém jogou mais.

Ninguém nos respeitou tanto.

É com muito prazer e bastante orgulho que lhe entregamos a Taça, Alemanha.

Porque agora o mundo é seu, mas você também conquistou o Brasil.

Muito obrigado, campeã. Volte sempre.

De preferência, no outro lado da chave.

@_LeoLealC

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