20 junho 2014

Enfim, o Uruguai


"É Copa, e é no Brasil. Cuidado com o Uruguai!".

"Nunca menospreze o poder da Camisa Celeste!".

O Uruguai se tornou o maior clichê de Copas do Mundo. Não a vence desde quando Javier Zanetti, Giggs e Mondragón ainda não haviam se profissionalizado na bocha, mas sempre nos deixa com um pé atrás quando pensamos em descartá-lo.

Não é à toa.

Nunca esquecemos essas frases quando nos referimos aos tais. Ainda mais quando a final do torneio será no mesmo chão onde eles foram agraciados com a maior travessura espírita da história do futebol.

Dali em diante, de uma seleção forte e tradicional, se transformaram num fantasma. O mesmo que, entre inúmeras assombrações, foi o 12º elemento em 50 e levantou descaradamente a soteropolitana mão de Suárez em 2010.

Não existe assombração em carne e osso. Portanto, para que haja um fantasma, é necessário morrer.

Dentro de terras cearenses, eles morreram. Uma zebra os matou.

Assim, esquecemos as possíveis consequências e os colocamos fora do baralho.

Mas se o Uruguai em corpo cai, nasce um novo, o verdadeiro, o espírito que já se sente em casa. Ele lembra bem de quando rondou por aqui.

No jogo onde a eliminação seria definida, surge uma dose de ectoplasma introduzida num joelho recém-operado parar curar seu dono, levando-o à salvação e à aparição de um vulto celeste.

Então, tivemos a estreia uruguaia na Copa.

Se o Uruguai não assusta, sua forma kardecista causa um certo terror. Desconfio até que o Sol que estampa aquela bandeira seja o que ilumina o Além, e não a Terra.

Deixamos a Celeste de lado e a consideramos morta.

Acertamos.

O problema é o que sua morte pode causar.

@_LeoLealC

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