17 maio 2014

Uma noite "milagrosa"


Poderia, o Cruzeiro, ter se arriscado mais na Argentina pra sair com um resultado melhor.

Poderia, a Raposa, ter entrado na pilha na volta. Não a dos argentinos, mas sim a do jogo.

Poderia, o Cruzeiro, não fazer parecer um "tanto faz" um jogo tão importante.

Poderia, o Papa, não ter apelado para intervenções divinas quando Marcelo Moreno beijou com a canela as duas traves.

Poderia, o Cruzeiro, ter acordado mais cedo. Poderia, pra isso, o despertador ter tocado.

Não tocou. Acontece.

Poderia, então, ter acontecido em uma hora menos decisiva, de forma menos cruel.

A noite no Mineirão, que se pintou de azul, poderia ser heroica, de uma virada. Mesmo que isso prejudicasse o sono do tal Francisco.

Só não poderia ser trágica. E eles, de azul, não acreditavam neste desfecho doloroso, embora a bola que correu a linha batendo nos postes já desenhasse o final.

Ele foi triste, doloroso e trágico. Com isso, o Papa pôde enfim dormir tranquilo.

Enquanto antes do apito final não existiam ateus de azul na arquibancada, eles se multiplicaram de forma milagrosa na saída do estádio.

Pois um dedo divino transformou o sono de muitos num inferno.

Mas no Vaticano, ele estava garantido.

Vida que segue, Cruzeiro. Você tem time pra ir longe.

E ainda esse ano.

@_LeoLealC

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