27 agosto 2012

Até quando?

Eu poderia fazer o balanço do primeiro turno, escrever sobre como a rodada foi boa para os tricolores, falar sobre o clássico de Minas, um dos jogos mais emocionantes do ano, ou qualquer outra coisa que devia, de fato, interessar.
(Foto: Washington Alves/VIPCOMM)

Não. Hoje, ao invés de comemorar a vitória de seu time ou culpar o técnico ou algum jogador pela derrota, o torcedor está dando mais atenção à arbitragem e aos vândalos que infernizam e amedrontam os arredores do estádio.

Infelizmente, preferem frizar o que há de ruim, sem dar os devidos méritos ao que há de bom, numa tentativa inacabável de desvalorizar nosso futebol.

Sábado, clássico e grande vitória do Fluminense, que avançou à vice-liderança. O que mais chamou atenção? A grande atuação de Thiago Neves? A segunda derrota consecutiva do Vasco em clássicos?

Não. É lógico que os torcedores dos dois times preferiram encher o saco com relação à arbitragem, por lances que não fariam a diferença no resultado, pois quem tinha que fazer, fez.

Longe de mim achar que os bandidos ditos torcedores mereçam a impunidade. Mas nunca, NUNCA meia-dúzia de indigentes serão mais relevantes que qualquer clássico carioca. Não foi nada feito pela torcida do Flu, assim como domingo passado não foi a torcida do Flamengo. Isso é obra de uma minoria que mal se podem chamar de seres-humanos. Minoria que pareceu ser mais importante que a partida em si.

Domingo, melhor Cruzeiro x Galo dos últimos anos. Mas quem vai ligar para o gol de placa de R49 e o empate cruzeirense no último minuto, se houveram motivos para as duas equipes protestarem contra o árbitro e mais uma obra dos indigentes?

Assim, pouco foram lembrados o bom jogo que foi Corinthians x SP e o fraco, mas de ampla importância Bota x Fla, no qual ainda consegui encontrar flamenguistas descontentes com o árbitro.

Ontem, às 16h, enquanto rolava clássicos no Pacaembu, no Engenhão e no Beira-Rio, entro no twitter e me deparo com um jornalista brasileiro na cruel dúvida entre assitir o jogo do Real Madrid ou o do PSG.

Até quando vamos desvalorizar o futebol brasileiro?

Até quando vamos deixá-lo esquecido, dando lugar a elementos fúteis e inúteis?

Que tal profissionalizar a arbitragem, tomar as devidas atitudes com os vândalos e pensar somente no que acontece com a bola, dentro das quatro linhas?

Bom dia para você, que ainda valoriza e acredita em nosso futebol.

@_LeoLealC

19 agosto 2012

Méritos pelo simples

Um buscando afirmação, outro buscando redenção. Assim, as chances de que alguém arriscasse eram mínimas. Portanto, não havia como esperar um grande jogo.

Como esperado, foi um jogo horrendo. O Vasco não sabia o que fazia. O Flamengo sabia, mas não fazia. Com isso, se viu um domínio territorial do Cruzmaltino, sem objetividade, numa série de falhas tentativas de acoar o Rubro-Negro.

O Vasco enganou, fantasiou ser o melhor em campo, sendo que o maior enganado era o próprio. Sem nenhuma chance criada pelo chão, restou exagerar nas bolas aéreas.

No entanto, já que essa era a única forma, deveria também tentar com a bola rolando. Não conseguiu. Por quê?

Porque Fágner representava 50% das jogadas ofensivas vascaínas. Sem o lateral, que era o melhor em atividade no país, Éder Luís tem agora toda a atenção da defesa adversária, o que impede suas arrancadas. Assim, resta tocar a bola de um lado para outro, na tentativa de arrumar uma falta.

Para o Fla, a postura feia e covarde deu certo. Pouco tinha a bola, mas quando tinha, era mais perigoso. Nesse caso, Dorival conseguiu disfarçar a covardia com objetividade. A formação prioriza os contra-ataques. E hoje, mais uma vez, funcionou.

Sem medo de se apequenar, assumindo o recuo, o Rubro-Negro saiu amplamente no lucro. No melhor momento do rival, aproveitou uma chance e matou o jogo.

Para o Gigante da Colina, faltou o simples, o que daria confiança para tentar fazer a diferença, pois com as peças que ainda tem, consegue . Mas, para isso, é necessário organização. E quando é Juninho que está marcando na área de defesa e Dedé que está na intermediária chutando em gol, algo está errado.

Um Flamengo jogando para não perder. Um Vasco com medo de atacar pelo chão. Assim, quem "achasse" um gol, liquidaria a fatura.

O Fla "achou".

Jogo "feio". Duas equipes, hoje, "feias".

Vitória do Fla, um "feio" organizado.

@_LeoLealC

09 agosto 2012

A diferença em um comando

Foi contra uma fraca equipe, a lanterna da competição. Não foi uma atuação de gala, de encher os olhos. Mas os olhos do torcedor rubro-negro, no momento, brilham, se enchem de esperança.

Brilham porque voltaram a enxergar que o futebol bem jogado ainda existe. O pavor da bola sumiu. Para quê bicos para o alto se há a opção da inversão de jogo e da manutenção da posse de bola?

Simples. Com a bola no pé, gol você não sofre. Não sendo ameaçado, sobra tempo para trabalhar a bola com paciência, esperando a hora certa. E assim, o Flamengo chegou a 63% de posse de bola na primeira etapa. Mesmo com ela teimando em não entrar, era uma equipe paciente em campo, que sabia distribuir a bola e variar as jogadas.

Mas por que? Aprenderam a jogar bola de um dia para outro? São fanfarrões e jogam quando querem?

Não. O que acontece é que existe uma grande diferença entre 11 jogadores e um time. Com Joel, era um amontoado de atletas sem saber o que fazer, com medo da bola. Com Dorival, por mais que ainda longe de brilhante, o Fla tem organização, um quesito primário do futebol que a equipe havia perdido.

Uma mudança que já é vista desde Felipe até Love. Os setores mais agrupados, compactos. Negueba sendo aproveitado da melhor forma, os garotos tendo suas chances na hora certa, uma zaga melhor postada. Sem contar a diferença monstruosa de Cáceres para Airton, tanto na saída de bola, quanto na marcação.

Ontem, o que era uma certeza de vexame em 2012 virou uma incógnita. Não há como estipular o rumo da equipe na temporada. Pode ser que a irregularidade se mantenha ou que o time possa brigar pelas primeiras posições.

O que deixa o Rubro-Negro feliz é que agora, ao menos, há esperanças.

É Flamengo, além de tudo, diferente.

Mudou a cara, mudou o time e o mais importante: aumentou a auto-estima e a confiança.

Méritos não apenas de quem está em campo. Fora das 4 linhas, existe um grande responsável pela melhora.

Agora, o Fla tem um time. Agora, o Fla tem comando.

@_LeoLealC

05 agosto 2012

O pouco já basta

(Foto: Globoesporte.com)
Desde a injusta eliminação na Libertadores, na qual foi a equipe que mais a viveu, digo aqui que o Fluminense não pode abaixar a cabeça, pois, jogando o que pode, está entre os 3 favoritos ao título.

Hoje, não foi tudo que pode ser. O que, vale ressaltar, também era mérito do Coritiba.

Pensando bem, uma equipe que quer trancar o jogo e aposta apenas em bolas aéreas, não merece ser parabenizada. Mérito nenhum, Coxa!

Mas, dentro das circunstâncias, se defendia muito bem, com uma defesa segura, fazendo o Tricolor tocar para o lado sem conseguir a objetividade.

Porém, com um a mais, ficou mais fácil para o Flu buscar o que queria.

Ayrton, a melhor opção do Coritiba, tanto pela direita, como nas bolas paradas, foi inexperientemente expulso.

Assim, o Tricolor teve o espaço que desejava. Estava faltando ser Fluminense, mostrar sua identidade. Com espaço para trabalhar as jogadas, foi Fluminense.

E, sendo Fluminense, fica difícil para o Coxa, completo, segurar. Com menos um, impossível.

Um time com Fred, Deco, Thiago Neves, Nem e Wágner não pode sonhar baixo.

E não sonha, quer mais. Se tiver 3 minutos de brecha, faz um estrago.

Hoje teve. E fez.

E assim caminha o Flu, que chama a atenção mesmo quando não é brilhante.

Porque 3 minutos de Fluminense fazem esquecer 87 de um jogo "normal".

@_LeoLealC