04 setembro 2011

Time grande é time grande, e vice-versa.

Pelos poderes de Grayskull!
Estádio Raulino de Oliveira, dia 03 de setembro de 2011. O Fluminense, com a irregularidade que lhe é peculiar neste campeonato, enfrentava a embalada equipe do Atlético-GO. Nada mais que um confronto de um time grande contra um time em transição de pequeno para médio.

Porém, a equipe vinha embalada. Cinco vitórias consecutivas, sendo três sobre nada menos que Santos, Flamengo e Grêmio. Enquanto o torcedor tricolor já aprendeu a não se empolgar com o time, tamanha irregularidade na competição. Mesmo vindo de uma grande vitória fora de casa contra um dos favoritos ao título, a torcida estava com um pé atrás. Afinal, o Flu ainda não conseguiu nem três vitórias consecutivas.

A bola rola. E logo no início, o Dragão abre o placar. O Flu não conseguia se encontrar, Souza era vaiado e Ciro sequer sabia o que estava fazendo ali.

Vem o segundo tempo e o Fluminense na base do abafa consegue um pênalti meio que duvidoso. A virada estava chegando.

Não, ainda não.

Rafael Moura isola a bola. Restava ao Flu continuar no jogo de bolas alçadas à área. Já que não estava dando na técnica, vai na raça mesmo.

Mas logo dois minutos depois do pênalti perdido, pênalti para o Atlético. O goleiro Márcio converte a cobrança e joga um balde de água fria nas esperanças tricolores. Os gritos de "time sem vergonha" começavam a ecoar pelo Estádio da Cidadania.

O jogo chegava aos 37 minutos do segundo com o placar de 2 x 0 favorável ao time goiano. O Dragão, por incrível que pareça, depois de estar na zona de rebaixamento, chegava à sexta vitória seguida e começava a sonhar com G4. O Fluminense mostrava mais uma vez que não era nada mais que um time de meiuca da tabela no campeonato.

A essa hora, os hipócritas empolgavam-se com a frase que haviam inventado dizendo que "Camisa não ganha jogo". Realmente, não ganha. Mas ajuda a ganhar. O time do Atlético havia esquecido que do outro lado estava o Fluminense Football Club, tricampeão brasileiro e disposto a mudar isso, mesmo que não houvesse tempo.

Mas havia. Aos 38 minutos, Rafael Sóbis acerta o ângulo do goleiro Márcio diminuindo o placar. Parecia que Gravatinha, lendário personagem do fanático tricolor Nélson Rodrigues, havia mostrado o caminho para que a bola seguisse rumo à rede, assim como fazia nas histórias que protagonizava.

Se a história do jogo fosse ao contrário, com o Flu vencendo e o Atlético diminuindo, creio que não haveria muitas preocupações tricolores além de fechar um pouco mais a defesa. Afinal, o tricolor que é o grande da partida. É ele o que põe medo no adversário.

O Atlético tremeu, voltou às suas origens e se apequenou em campo. Três minutos depois, Rafael Sóbis de novo. O Flu conseguia o empate e via faltar uns 5 minutos no relógio para o fim do jogo. Havia tempo para a virada, que seria inesquecível e poderia embalar de vez o clube das Laranjeiras em sua campanha no Brasileirão.

Seria não, foi inesquecível. Aos 46, Rafael Moura, o He-Man, se redime do pênalti perdido e faz de cabeça o gol da virada, garantindo a vitória tricolor.

Inesquecível, magnífico, sem palavras. Em 8 ou 9 minutos, o Flu tomou noção que faz parte dos grandes clubes do Brasil, aplicou uma virada sensacional e espera embalar de vez no Brasileirão.

Analisando friamente, não foi nada mais que uma vitória em casa, no sufoco, contra um time médio. Analisando emocionalmente, vem aí um novo Fluminense no Campeonato Brasileiro. Anotem.

Grandes são grandes, pequenos são pequenos. A camisa pesa, e muito!



Um comentário:

  1. Definitivamente muito bons os seus textos.Eu curto ler, não importa o que seja desde que me prenda eu leio e foi assim com o seu texto sobre o flamengo.Adorei mesmo.Passarei aqui sempre.
    beeijos

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